Depois de um longo tempo longe do meu querido blog, ainda me adaptando a vida de casada e as intensas mudanças profissionais, retorno com pique total e pronta para semanalmente, compartilhar iniciativas, oportunidades e reflexões com vocês!
Para começar com o pé direito, vou compartilhar com vocês um texto de minha autoria, que preparei para o site da ODS Consult (www.odsconsult.com.br), empresa a qual faço parte e da qual tenho muito orgulho!
O texto, traz uma breve análise da 5ª edição da FLAC - Festival Latino Americano de Captação de Recursos e uma reflexão dos principais pontos discutidos.
Espero que gostem da leitura e que participem com seus comentários!
Um forte abraços a todos!
5ª Edição FLAC
Principais discussões acerca das tendências em captação de recursos
Entre os dias 23 e 25 de abril,
representantes de organizações sociais, poder público e empresas estiveram
reunidos no maior evento da America Latina voltado a discussão dos rumos da
captação de recursos.
A FLAC – Festival Latino
Americano de Captação reuniu em 2013 mais de 500 participantes e 80
palestrantes em 60 sessões. Com uma abordagem voltada as tendências da captação
de recursos, principalmente no Brasil, o festival mesclou apresentação de cases
de sucesso e orientações técnicas nas diferentes áreas de atuação de um
captador de recursos, dentre elas educação, saúde, meio ambiente e assistência
social.
O evento contou com a
realização de 3 rodas-vivas, cujos temas envolveram a cultura da doação no
Brasil e no mundo, os desafios do financiamento e sustentabilidade das
organizações da sociedade civil e o futuro do captador de recursos.
Aqui gostaria de destacar,
alguns dos pontos que mais me chamaram a atenção. O primeiro trata-se da inversão
da pirâmide de doações. Até então, a grande maioria das organizações da
sociedade civil estavam acostumadas com a relação de 80% doações público e/ou
privada contra 20% doações de pessoas físicas na composição de suas receitas
anuais. Pesquisas mostram uma inversão
cultural, apontando para um alto crescimento nas doações de pessoas físicas, na
casa dos 70%, enquanto que os recursos privados cada vez mais concentram-se em
projetos próprios, minimizando a relação de doação espontânea, variando em
torno de 30%.
Para tomarmos como base alguns
dos principais parâmetros nacionais, segundo o último censo GIFE, 80% de seus
associados possui como foco a educação e operam os próprios projetos. Apenas
20% disponibilizam recursos para editais e doações abertas. Complementando, 59%
das 782 mil empresas pesquisadas pelo IPEA realizam algum tipo de investimento
social, porém, 39% realizam apenas investimentos pontuais. Isso nos faz
refletir e resgatar o princípio da filantropia, baseada na conquista
individual, mesmo quando falamos em recursos empresariais. O que está em jogo
aqui é como as organizações da sociedade civil conduzirão nos próximos anos a
retomada do sentido de ajuda mutua, de filantropia, tendo como um dos
principais exemplos a cultura de doação americana. Quais as estratégias deverão
ser adotadas, para garantir um maior número de doadores pessoa física na busca
pela sustentabilidade institucional?
Com essa pergunta, entro no
segundo ponto que me chamou atenção neste festival. Durante os 3 dias de
evento, o que mais se evidenciou como estratégia inovadora de captação foi o
uso das tecnologias de comunicação para a captação face-to-face. Não
conseguiremos mais falar em captação de recursos, sem falar de mídias, recursos
tecnológicos, agilidade na informação. Esse conjunto de processos e técnicas
tem gerado bons exemplos de sustentabilidade financeira e transparência das
organizações da sociedade civil. E todos devem estar atentos e preparados para
essa exigência. Captação via celular, redes sociais e crowdfunding são algumas
das inúmeras ferramentas que vem, a cada dia, difundindo novas possibilidades
para geração de receitas e transparência. As organizações que forem líderes
dessas mudanças, com certeza terão sucesso garantido no futuro.
E como último ponto, e não
menos importante, está o Marco Regulatório das Organizações da Sociedade
Civil. Com uma clara apresentação, a
secretária geral da Presidência, Sra. Laís Lopes, apresentou o andamento das
ações pela construção do Marco Regulatórios das OSC´s, que reúne atualmente 14
organizações nacionais envolvidas na construção de um plano de ação voltado ao
bom funcionamento do 3º setor, efetivado por meio do decreto 7568/2011.
O plano de ação estabelece
basicamente 3 blocos temáticos sendo o primeiro voltado a sistematização da
contratualização, o segundo para o financiamento e sustentabilidade econômica e
o terceiro para a certificação das OSCs, consolidado pela agenda do Marco
Regulatório. Nos próximos textos, abordarei com mais detalhes esse assunto.
A FLAC, nestes 3 dias, nos
apresentou as principais tendências da captação de recursos no Brasil. O mais
importante, porém, é cada captador, organização, empresa ou governo fazer sua
lição de casa. A cultura de doação, seja ela pública, privada ou de pessoa
física depende de método, de ferramentas. É o mesmo que pensarmos em um carro,
que precisa de combustível, de bons condutores e passageiros para fazer uma boa
viagem. No terceiro setor, temos os melhores combustíveis: o amor ao próximo, a
solidariedade, a busca por um mundo melhor. Os passageiros, nem preciso falar:
é o que nos move, é a nossa causa. Para o sucesso ser completo, basta juntarmos
as melhores lideranças e os melhores profissionais. Essa é a fórmula perfeita.
Cabe a cada um personalizá-la do seu jeito que o sucesso é certo!
Texto escrito por Tássia V.
Siqueira Faria, consultora da ODS Consult.